ARTIGO PUBLICADO EM 30/10/2023.
Este artigo foi publicado originalmente no portal do Estadão – Blog do Fausto Macedo – www.estadao.com.br/politica/blog-do-fausto-macedo/
Por Raquel Gallinati *
Estamos vivendo um mundo marcado por conflitos armados, as consequências para as mulheres em zonas de guerra frequentemente passam despercebidas. Mulheres que vivem nessas áreas enfrentam desafios inimagináveis, incluindo violência e violações constantes de seus direitos humanos.
Uma situação complexa e multifacetada. Elas são frequentemente alvo de violência sexual, tráfico humano, casamentos forçados e outras formas de abuso. Essas violações são não apenas agravadas pelo conflito em si, mas muitas vezes utilizadas como armas de guerra para intimidar, humilhar e desestabilizar comunidades. As mulheres são frequentemente forçadas a fugir de suas casas, deixando para trás suas vidas e sustento.
Existem organizações e iniciativas comprometidas com a proteção e o apoio a essas mulheres.
Uma das iniciativas mais notáveis é a Resolução 1325 do Conselho de Segurança da ONU, adotada em 2000. Esta resolução reconhece o impacto desproporcional dos conflitos sobre as mulheres e destaca a necessidade de sua participação nas negociações de paz e na tomada de decisões.
Além disso, organizações não governamentais e grupos locais desempenham um papel crucial na assistência às mulheres em zonas de conflito. Eles oferecem refúgio, serviços médicos, apoio psicossocial e oportunidades de empoderamento econômico. A conscientização global e a mobilização são essenciais para garantir que essas iniciativas recebam o apoio necessário.
As experiências documentadas das mulheres em zonas de conflito, devem servir de pressão por políticas mais eficazes que protejam seus direitos humanos. Ao entender melhor os desafios que essas mulheres enfrentam, estratégias devem ser mais direcionadas e eficazes para protegê-las.
As mulheres que desempenham o papel de mães ou chefes de família frequentemente se encontram entre os grupos mais vulneráveis em contextos de conflitos armados em diversas regiões do mundo. No entanto, acima de tudo, são heroínas que, em muitas ocasiões, asseguram o destino de seus filhos e entes queridos.
Elas desempenham essa função não apenas como guardiãs inerentes de seu papel materno, mas também como tias e mentoras. Além disso, fornecem uma fonte de esperança em relação a um mundo melhor, mesmo em meio a consideráveis instabilidades e violações do direito internacional humanitário.
A situação das mulheres em zonas de conflito é uma questão de urgência. Urge um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres, onde o sofrimento em tempos de guerra seja minimizado e suas vozes sejam ouvidas e respeitadas.
*Raquel Gallinati, suplente de deputada pelo PL-SP, é delegada de Polícia; mestre em Filosofia; pós-graduada em Ciências Penais, em Direito de Polícia Judiciária, e em Processo Penal; diretora da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Brasil; e embaixadora do Instituto Pró-Vítima.