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Comovido, prefeito de Mongaguá implora por adesão ao fechamento de comércio na cidade

MÁRCIO GOMES PERDEU PAI E IRMÃO PARA A COVID EM UMA SEMANA.

EM LIVE: “Como eu queria hoje sair dessa live aqui e poder ouvir do meu pai e do meu irmão assim: ‘eu quebrei, o meu comércio quebrou’. Sabe por que? Porque nós já quebramos e, com a vida, nós conseguimos dar a volta por cima. E eu não vou ouvir deles isso mais”, disse o prefeito.  

O prefeito de Mongaguá, Márcio Melo Gomes – o Márcio Cabeça – não se conteve e foi às lágrima durante live transmitida na terça-feira, dia 30 de março, pela página oficial da prefeitura e também pelo Facebook. A realização da live foi motivada pela morte do pai e do irmão para a Covid-19, que vieram a óbito em menos de uma semana hospitalizados, depois de travarem uma luta intensa contra a doença. Ambos eram comerciantes. O pai, Givaldo Alves Gomes, morreu aos 64 anos no dia 22 de março no Hospital Regional Jorge Rossmann, em Itanhaém. O irmão, Givaldo Melo Gomes Júnior, morreu aos 33 anos no dia 28, na Santa Casa de Santos.

O prefeito de Mongaguá desabafou ao comentar sobre críticas que vem recebendo por parte de comerciantes da cidade, localizada na Baixada Santista. Desde o dia 19 de março, a região adotou lockdown na tentativa de conter a disseminação do coronavírus, com o funcionamento restrito de de atividades consideradas essenciais. “Como eu queria hoje sair dessa live aqui e poder ouvir do meu pai e do meu irmão assim: ‘eu quebrei, o meu comércio quebrou’. Sabe por que? Porque nós já quebramos e, com a vida, nós conseguimos dar a volta por cima. E eu não vou ouvir deles isso mais”, desabafou Márcio Gomes, ao concluir:

Tudo que eu pude fazer para conciliar as duas coisas, de proteger o cidadão de Mongaguá e o comércio tentar sobreviver, vocês podem ter certeza que eu fiz o máximo do que eu pude. Com erros, com acertos, mas eu fiz o máximo que eu pude”, acrescentou o prefeito.

O prefeito ‘Márcio Cabeça’ anunciou durante a live que vai sancionar uma lei que prevê a aplicação de multas para quem não utilizar máscara em comércios, nas ruas ou em espaços públicos: R$ 200 para o cidadão que for flagrado sem máscara; R$ 500 para o comércio que permitir a permanência de cliente sem máscara; e havendo reincidência os valores dobram. O prefeito afirmou ainda que os cidadãos autuados terão um prazo para o pagamento da multa, considerando que se a pessoa se apresentar à prefeitura durante o período do prazo estipulado, poderá pagar somente a metade do valor da multa em cestas básicas, a serem revertidas para o Serviço de Assistência Social da cidade.

“Eu não quero multar. Eu só quero que as pessoas entendam que tem regras, que tem leis, porque enquanto você não mexe no bolso, ninguém acata nada”, disse Gomes.

O diretor de Saúde de Mongaguá, Marcelo Veiga do Marco, afirmou que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) destinada somente ao tratamento de pacientes com coronavírus, está com 100% de ocupação, classificando a situação como “assustadora”, e alertou para o risco de colapso. “Para vocês terem uma ideia, um tambor de oxigênio que a gente usava a cada três dias, nós estamos usando a cada três horas e meia”, afirmou Marco ao concluir que a situação é tão grave que nem mesmo a construção de um hospital de campanha ajudaria a reduzir a pressão sobre o sistema municipal de saúde.

“Não adianta eu montar uma capacidade para 100 leitos se eu não consigo hoje em dia nem ter técnico de enfermagem e nem médico para trabalhar”, acrescentou o dirigente da pasta de Saúde de Mongaguá.

 

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FONTE:

Site da Prefeitura de Mongaguá/SP